Postagens populares

domingo, 23 de dezembro de 2012

Livro de Ivaldo Bertazzo ensina exercícios corporais que estimulam o cérebro

Deixe as palavras cruzadas e os jogos de memorização para depois. O programa para manter o cérebro ativo proposto pelo coreógrafo e bailarino Ivaldo Bertazzo inclui pular em cama elástica, massagear os dedos do pé, escovar a pele e respirar.

Sim, é atividade física que faz bem para a cabeça, mas nada a ver com os aeróbicos da vida ou a puxação de peso das academias.

Imagens no fim da página 


O método Bertazzo é para aquelas pessoas que buscam algo além do condicionamento físico tradicional.

O trabalho corporal aqui explora o alinhamento das articulações, o gesto, a expressão individual.

Ensinada na Escola do Movimento, em São Paulo, a metodologia desenvolvida pelo coreógrafo está sendo compilada em livros. 


CÉREBRO ATIVO

O primeiro livro da trilogia, "Corpo Vivo", foi lançado em 2010. Agora, acaba de sair o segundo volume, "Cérebro Ativo" (Edições Sesc/Manole, 272 págs., R$ 180).

Falar nessa relação entre cabeça e corpo é pensar na tão difundida quanto mal compreendida expressão "consciência corporal".

O termo ainda era restrito ao papo de grupos alternativos quando Bertazzo criou sua escola e passou a mostrar a diferença entre o gesto voluntário, "consciente", e o movimento automatizado.

Sua técnica de reeducação do movimento influenciou a maioria dos trabalhos corporais desenvolvidos no Brasil.

Foi nos anos 1970 que ele começou a trabalhar com a educação do corpo tanto para cidadãos comuns quanto para profissionais como dançarinos ou terapeutas.

Sua ideia agora, com os livros, é difundir o conhecimento adquirido em viagens de pesquisa, espetáculos e em mais de 30 anos de aulas.

"A linguagem do livro é muito singela. Se eu falar de certos funcionamentos do corpo para sua tia, ela vai me olhar com cara de paisagem. De que forma devo falar para que ela fique intrigada e se interesse?", diz Bertazzo.

Usar "cérebro" no título de uma obra que traz sequências detalhadas de exercícios para ensinar a pessoa a manter-se ereta, respirar melhor ou equilibrar uma bandeja já é uma forma de ser intrigante.

O que une pensamento e movimento é a organização motora, explica Bertazzo. E o que mantém a cabeça ativa é o estado de prontidão para organizar
articulações e músculos em cada atividade. "Todo movimento voluntariamente executado vai recrutar áreas cerebrais", afirma o professor.

Uma das funções mais importantes da ginástica, segundo ele, é acordar os órgãos proprioceptores.

"Esses órgãos são como sensores localizados nos músculos, tendões e ligamentos. Eles informam o cérebro sobre a posição do corpo."

Os exercícios ensinados no livro mandam novas informações para o cérebro, que, além de criar mais conexões nervosas, também vai acumular um maior repertório neuromotor para a execução de movimentos.

"Se eu armazeno essas experiências motoras, tenho mais ferramentas para driblar pelo menos uma parte das limitações que podem surgir ao longo da vida, seja no processo de envelhecimento ou num acidente bobo como torcer o pé", afirma.

Para tornar o processo mais eficaz, Bertazzo ensina o que fazer antes e depois de cada exercício.

"É como fazer um bolo. Organize os ingredientes. A preparação, quando você recruta articulações e músculos, desencadeia atos mentais e processos conscientes."

Ele também recomenda uma atenção especial à finalização do movimento. "É importante aprender a desacelerar a força desencadeada por cada ação."

GESTOS HÁBEIS

Mas nunca se trata, aqui, de usar muita força ou velocidade. Bertazzo defende a inclusão de exercícios de psicomotricidade fina (aquela que é usada, por exemplo, para escrever) em qualquer programa de atividade física.

"Com gestos hábeis e milimetricamente ajustáveis, você usa muitíssimos neurônios. Mas muita gente elimina isso da ginástica. Toda aula deveria ter pelo menos dez minutos de trabalho psicomotor fino."

Se as academias não oferecem, ele sugere a inclusão desse trabalho no dia a dia.

Por exemplo, cozinhando um prato especial (com salsinha bem picada) ou aprendendo algum novo trabalho manual: bordar, fazer crochê.

"Isso é muito importante em fases difíceis da vida, como em uma separação ou mudança de emprego. Nesses momentos, o aprendizado motor torna a pessoa hábil, inteligente. Imediatamente vem a sensação de solidez e ela fica mais confiante."

SONS
Bertazzo também insiste na importância de soltar a voz na realização dos exercícios.


"Não é para gritar e mostrar que você é um animal maravilhoso. Mas expirar forte é emitir sons. E a maioria das pessoas mal expira quando faz ginástica", afirma.

O que mais causa lesão, diz ele, é deixar o corpo e a cabeça funcionando no automático. "Muitas pessoas agem como se bastasse falar para o corpo 'vai' para ele obedecer e executar ações necessárias. Aí que elas se estropiam."

Quando a cabeça funciona, o corpo não padece. E vice-versa.




Suba em uma cama elástica mantendo a postura ereta. Os bastões (podem ser cabos de vassoura) ajudam a organizar a coluna e a encaixar os ombros. Segurando os bastões, faça pequenos movimentos com os pés para cima e para baixo, como se estivesse pulando.













Levante um dos pés, dobrando o joelho para o lado, como na foto à direita. A rotação da coxa ajuda a retardar a descalcificação do colo do fêmur e o apoio em um só pé aciona áreas cerebrais ligadas ao equilíbrio.













Apoie o pé esquerdo sobre um banco. Pressione o pé direito contra o chão, girando a coxa direita para fora e "abrindo" a virilha. Erga o braço direito, mantendo-o arredondado














Leve a perna esquerda à frente, como se estivesse dando um passo, e apoie o pé esquerdo no chão. Em seguida, apoie a canela direita no banco. Gire a coxa esquerda fora, distribuindo o peso do corpo igualmente nas duas pernas. O exercício gera reações no sistema neuromotor semelhantes às geradas em uma caminhada.











Por: Sávio Bastos


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Tetraplégica controla mão-robô com a mente


Usando apenas seus pensamentos, uma mulher tetraplégica conseguiu controlar um braço-robô com aquela que é considerada a prótese de mão mais avançada já desenvolvida e testada.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, o dispositivo permite um "grau de controle e liberdade de movimentos" que nunca havia sido atingido com esse tipo de prótese. Eles dizem que o aparelho tem amplitude e variedade de movimentos similares aos de uma mão natural.

Próteses semelhantes também tiveram sucesso

O braço-robô foi testado por uma voluntária de 52 anos, que há 13 foi diagnosticada com degeneração espinocerebelar, que a fez perder os movimentos do pescoço para baixo.

Os cientistas fizeram uma cirurgia para a implantação de eletrodos conectados ao córtex motor, área ligada aos movimentos, da paciente. Depois de duas semanas, eles começaram uma espécie de fase de treinamento de estimulação para que ela pudesse operar a prótese.

 

O braço mecânico ficou próximo à cadeira de rodas da paciente. Mas, a rigor, ele poderia também estar fisicamente distante.

O treinamento durou 13 semanas, mas a voluntária já foi capaz de executar livremente movimentos em três dimensões já no segundo dia de testes com o braço-robô. Na décima terceira semana, ela já conseguia fazer tarefas bem mais complexas, como empilhar objetos.

"O grande diferencial desse trabalho é a variedade e a complexidade dos movimentos alcançados pela voluntária", avalia Daniel Rubio, fisiatra e diretor clínico da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, unidade Morumbi.

"A mão humana tem muitas complexidades. Conseguir afinar todas essas capacidades com os impulsos elétricos é o grande desafio".

Andrew Schwartz, professor da Universidade de Pittsburgh e autor principal do trabalho, publicado hoje na revista especializada "Lancet", destacou sua metodologia.

"A maioria das próteses controladas pela mente atingiram seus objetivos usando um algoritmo que envolve o trabalho de uma 'biblioteca' complexa de conexões entre o computador e o cérebro. No entanto, nós tentamos uma abordagem completamente diferente", explica.

"Usamos um algoritmo de computador baseado em um modelo que mimetiza de maneira muito próxima o jeito como um cérebro intacto controla o movimento do membro. O resultado é uma prótese de mão que pode ser movida de forma bem mais acurada e natural do que em esforços anteriores", conclui.

O tratamento ainda está em fase experimental, mas os cientistas já pensam na próxima etapa: eles querem que a prótese tenha alguma resposta sensorial, como ao calor ou ao frio. 


Fonte: http://migre.me/cqs1h

Por: Sávio Bastos

domingo, 16 de dezembro de 2012

Calor, estresse e posição do corpo podem causar inchaço; veja dicas


Gravidez, sal, alergias e obesidade também podem fazer o corpo inchar.
Bem Estar desta quinta-feira (13) deu dicas para evitar e tratar o problema.


O inchaço pode aparecer por causa de diversos fatores, entre eles, o calor, o estresse e a posição em que a pessoa está.

Ficar parado do mesmo jeito, seja em pé ou sentado, por muito tempo prejudica a anatomia das veias, dificultando o retorno venoso, o que pode fazer o corpo inchar. Já o calor faz as veias dilatarem e não conseguirem circular o sangue, enquanto o estresse aumenta o nível do hormônio responsável pela retenção de líquido.

Além desses fatores, a gravidez, o consumo de sal, alergias a picadas de inseto e excesso de peso também contribuem para deixar o corpo inchado, como explicaram o ginecologista José Bento e o nefrologista Décio Mion no Bem Estar desta quinta-feira (13).



Para saber se o inchaço é relevante ou não, é só apertar a região do corpo com o dedo e ver se o "buraco" volta rápido ou demora. Dependendo da intensidade do edema, pode demorar a voltar ao estado normal da pele e pode ser sinal de algo mais grave.

Segundo o nefrologista Décio Mion, o inchaço pode ser também sintoma de algumas doenças, no coração, rim ou fígado. Por isso é importante identificar e encaminhar o problema a um médico, que fará o diagnóstico e indicará o tratamento adequado.

O risco é maior ainda para mulheres, como explicou o ginecologista José Bento, e também pessoas com mais de 40 anos, sedentários e que têm a genética de veias fracas. Nesses casos, é importante adotar alguns hábitos que favorecem a circulação do corpo e previnem que algumas regiões inchem.

Exercícios como caminhadas leves por 30 minutos todos os dias já ajudam, assim como se movimentar, pelo menos, a cada 2 horas para evitar que o corpo fique parado na mesma posição. O alongamento é extremamente importante também, principalmente na região da panturrilha. Nessa parte do corpo, podem ser utilizadas as meias de compressão.

Além disso, o travesseiro para os pés e o calço na cama também são soluções para deixa os membros mais altos, o que favorece a circulação e, após a noite de sono, faz a pessoa acordar com os pés  e pernas menos inchados, como explicou o nefrologista Décio Mion. Outra dica, principalmente no calor, é diminuir a ingestão de sal ou substituí-lo pelo sal light.


Fonte: http://migre.me/cpy3X

Por: Sávio Bastos

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Propriocepção ajuda prevenir lesões em corredores

A técnica da propriocepção consiste em trabalhar a função neuromotora do atleta por meio do desequilíbrio articular, estimulando a musculatura a se adaptar ao estresse

A propriocepção é um método de exercício fisioterapêutico muito utilizado na recuperação de corredores que sofreram algum tipo de lesão nos membros inferiores - como é mais comum na prática. A técnica consiste em trabalhar a função neuromotora do atleta por meio do desequilíbrio articular, estimulando a musculatura a se adaptar ao estresse. Fisioterapeuta da equipe Branca Esportes e diretor-técnico da clínica Prime Fisioterapia Especializada, ambas de São Paulo, Evaldo Bosio diz que de alguns anos para cá a propriocepção também tem sido utilizada como forma de prevenção, minimizando os riscos ou mesmo a gravidade de lesões.

"Há dois ou três anos os exercícios de propriocepção só eram realizados para recuperação de atletas lesionados, porém hoje é mais comum sua utilização como forma de prevenção. As grandes assessorias já fazem esse tipo de trabalho. Ele ajuda, por exemplo, a impedir que um atleta perca um período longo de preparação por conta de uma lesão que poderia ter sido evitada ou amenizada com a propriocepção", comenta Bosio.

No caso dos corredores, diz o fisioterapeuta, o trabalho é mais focado nas articulações dos tornozelos e joelhos. O treino proprioceptivo, também conhecido como neuromotor, estimula o desequilíbrio da articulação utilizando acessórios que simulam uma superfície instável para apoio do atleta, como cama elástica, colchonete ou caixa de areia. "Essa superfície instável gera uma instabilidade na articulação, o que faz com que a musculatura tente se equilibrar. Como consequência, esse estresse irá otimizar a resposta do sistema nervoso central", explica.

Dessa forma, salienta Bosio, o atleta estará mais bem preparado para situações como quando pisa de modo errado ou em um buraco, pedra ou outro objeto que comprometa sua estabilidade durante a corrida. "A propriocepção treina a musculatura para prevenir ou minimizar a entorse, pois o tornozelo se adapta à situação de estresse", argumenta Bosio, dizendo que o mesmo acontece em relação à articulação do joelho. "Em suma, o método consiste em treinar a instabilidade da articulação para conseguir estabilidade".

O fisioterapeuta ressalta que o treino de propriocepção deve ser orientado por um profissional, que irá fazer um estudo de biomecânica e avaliar como se porta o joelho e o tornozelo do atleta durante a corrida. Como prevenção, é normalmente realizado de duas a três vezes por semana no início. Depois se faz a manutenção uma vez por semana, que o atleta pode realizar em uma academia ou parque. Para um melhor resultado, acrescenta Bosio, o ideal é realizar exercícios de propriocepção junto ao trabalho de fortalecimento muscular.



Por: Sávio Bastos

sábado, 8 de dezembro de 2012

Condromalácia patelar estabilizada pelo Pilates


O PILATES age de forma fantástica no alinhamento patelar, bem como na estabilização do quadro da condromalácia.



A Condromalácia patelar consiste em uma patologia degenerativa da cartilagem patelar e dos côndilos femorais correspondentes. Trata-se de uma espécie de amolecimento desta cartilagem pelo atrito incorreto contra os côndilos do fêmur. Ocorre um desconforto e dor ao redor ou atrás da patela. Já o termo mais genérico, síndrome da dor patelo-femural, se refere aos estágios iniciais dessa condição, na qual os sintomas ainda podem ser completamente revertidos.

A dor (algumas vezes ardência) é descrita como profunda e localizada na região retropatelar. O sintoma mais comum é a dor atrás da patela, especialmente nas subidas ou durante longos percursos com pedaladas lentas. Pode ser sentida, por exemplo, ao subir e descer escadas, em atividades prolongadas, após ficar muito tempo com os joelhos flexionados e ao agachar-se. Ainda, é possível que ocorra crepitação e estalos, muitas vezes audíveis, além de edema e derrame intra-articular, ocasionados pelo acúmulo excessivo de líquido sinovial formado no processo inflamatório.

Algumas pessoas têm predisposição a apresentar a lesão devido ao desalinhamento da patela, ao invés da patela percorrer o “trilho” formado pelos côndilos do fêmur na flexão e extensão, ela tende a deslocar-se para as laterais, aumentando o atrito entre os dois ossos. A posição da patela de forma mais alta que o normal também são fatores predisponentes. As mulheres costumam ser mais susceptíveis a tal lesão pois, em geral, possuem o quadril mais largo. Ocorre prioritariamente em atividades como balé, corridas, ciclismo, voleibol, etc.

Acredita-se que a causa seja relacionada a fatores anatômicos, histológicos e fisiológicos que podem resultar em um enfraquecimento e amolecimento da cartilagem envolvida. Assim como as alterações de alinhamento da patela, que excursiona fora do local adequado, ocasionando atrito entre sua superfície articular e a superfície articular do fêmur, desse modo provocando “desgaste”. Tais alterações de alinhamento muitas vezes estão relacionadas à desequilíbrios da musculatura do quadríceps como atrofias, hipotrofias e encurtamentos musculares; variações anatômicas tanto do fêmur como da patela.
 
Um fator muito comum são os relacionados aos microtraumatismos de repetição, traumas crônicos por fricção entre a patela e o sulco patelar do fêmur, bastante comuns em esportes de impacto (futebol, vôlei, ciclismo, tênis, corrida, basquete, …) por força excessiva na região ou choques. Deve ainda ser citada a chamada causa idiopática, quando não são identificadas alterações anatômicas que justifiquem o desenvolvimento da doença. As alterações do ângulo Q do joelho – tendão do quadríceps femoral, ligamento patelar – conduz a um desvio patelar lateral pelo resultante dos vetores de força da espinha ilíaca ântero-superior e do terço superior da tíbia. Uma diminuição desse ângulo resultará em um desvio medial patelar, além de intensificar a compressão patelo-femoral. O Entorse de tornozelo por inversão também pode estar relacionado. Devido aos movimentos de flexâo-plantar, supinaçâo e adução se dá uma anteriorização do tálus e da tíbia, resultando em uma anteriorização da fíbula e então em uma tensão do bíceps femoral. Assim, ocorre um estiramento reflexo no músculo quadríceps femoral, aumentando o atrito fêmur-patelar.

A condromalácia patelar pode ser classificada de acordo com o grau de deterioração, segundo Outerbridge (1961):

GRAU I: amolecimento da cartilagem e edemas
GRAU II: fragmentação e fissura da cartilagem em uma área menor ou igual à aproximadamente 1,5 cm
GRAU III: fragmentação e fissura da cartilagem em uma área maior ou igual à aproximadamente 1,5 cm
GRAU IV: erosão ou perda da cartilagem articular com exposição do osso subcondral

Não há um protocolo rígido de tratamento. É importante analisar o grau da lesão adquirida e se direcionar às causas, sempre tentando reequilibrar o alinhamento da patela, inicialmente através de tratamento fisioterápico, podendo associar a métodos analgésicos e antiinflamatórios. A perda de peso, em determinados casos, pode ser recomendada para diminuir o estresse sobre a articulação patelofemural. Em casos graves muitas vezes é necessário tratamento cirúrgico, em que procedimentos combinados para tratamento do alinhamento patelar e tratamento da lesão da cartilagem podem ser realizados por via “aberta”, artroscópica (vídeo) ou mesmo combinada.

O PILATES age de forma fantástica no alinhamento patelar, bem como na estabilização do quadro da condromalácia. Já que um dos grandes alicerces do método é o fortalecimento e estabilização dos músculos centrais do corpo aliada às técnicas que potencializam a respiração e seus benefícios, atingindo assim, o objetivo do aluno através do equilíbrio muscular. Para tal, é preciso avaliar o nivel de força e flexibilidade dos grupos musculares do indivíduo, para que se dê início à prescrição do programa de exercícios. No caso da condromalácia patelar são inclusos exercícios de potência, força, alongamento e mobilização do membro inferior, sempre com o cuidado de evitar sobrecarga na articulação em questão. No geral, é importante o alongamento dos ísquiotibiais, o qual seu encurtamento implica em um agravamento no atrito da patela com o fêmur, no momento da marcha. Uma atenção especial ao quadríceps, sobretudo o vasto medial e banda iliotibial, tendões e panturrilha também são extremamente necessárias para equilibrar as forças atuantes sobre a patela.



Por: Sávio Bastos

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fisioterapia Neurofuncional é forte aliada no tratamento da Esclerose Múltipla

Realizada de forma eficaz por poucos, portadores de doenças degenerativas podem ter melhorada sua qualidade de vida




Quem sofre de Esclerose Múltipla (EM) sabe bem dos desafios enfrentados para se ter uma vida normal. Apesar de tantos estudos, os médicos ainda não descobriram a causa da doença, o que impossibilita que se chegue também à sua cura. A dor, a perda de memória, as dificuldades motoras, na fala e até distúrbios visuais estão entre os principais sintomas dessa doença degenerativa, que ataca a parte neurológica corporal. A boa notícia é que somando-se  a terapia medicamentosa e outras intervenções e/ou tratamentos destinados a atenuar estes e outros danos devido ao avanço da EM, a fisioterapia neurológica ou neurofuncional, tem sido grande aliada na melhora da qualidade de vida do portador da doença.

O foco dessa terapia é minimizar as deficiências advindas das doenças que acometem o sistema nervoso, por isso ela vem apresentando ótimos resultados em pacientes com seqüelas de doenças neurológicas. “Esse tipo de fisioterapia ajuda a preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função do corpo atacados pela doença”, explica a fisioterapeuta, Fabiana Granza. “Além disso, atua na prevenção e/ou reabilitação do paciente, promovendo melhora na sua qualidade de vida”. Mas, ela alerta: “quanto mais cedo é feito o diagnóstico e dado início ao tratamento, maiores as chances de reabilitação.”    

E graças ao diagnóstico realizado há cerca de 8 anos e o tratamento adequado, que a atriz e humorista, Cláudia Rodrigues, voltou rapidamente aos palcos e à TV, após ter sido acometida por mais um surto da doença, mais comum em mulheres jovens.


Os primeiros sintomas da doença apareceram quando seu Antônio ainda era jovem. Todavia, ele não imaginava que aquele “simples” arrastar de perna na hora de andar pudesse ser um problema grave. A desatenção somada à demora para descobrir a doença agravou seu quadro de saúde. Hoje, 11 anos após o diagnóstico ele está em cadeira de rodas, com o lado esquerdo totalmente paralisado e com o direito começando a ser comprometido. “Não estou pior porque há um ano faço fisioterapia [neurológica] três vezes por semana, o que me ajuda e muito a manter os músculos em atividade para não atrofiarem mais rápido”, diz ele.

Em se tratando de fisioterapia, seu Antônio diz que depois de ter passado por diversos profissionais, pode constatar que talvez as clínicas estejam preparadas para fins fisio-ortopédicos (destinadas ao tratamento de distúrbios do sistema musculoesquelético) e não para enfermidades neurológicas como a dele. “Com isso, passei também nas mãos de profissionais que quase me mataram fazendo exercícios que me levavam à fadiga muscular, além de me colocarem em aparelhos que em hipótese alguma eu poderia utilizar, pois eram inapropriados para pacientes com Esclerose Múltipla”, finaliza.

Segundo a fisioterapeuta Fabiana Granza: “No caso de pacientes com enfermidades degenerativas é importante estabelecer a duração e a intensidade do exercício a ser proposto, bem como, o período de descanso, para evitar que ocasione a fadiga, a qual diminui o desempenho do paciente”.


Reabilitação

Também de acordo com a fisioterapeuta, a reabilitação por meio da fisioterapia neurofuncional não irá eliminar o dano neurológico, mas, irá atuar no tratamento de sintomas específicos favorecendo a funcionalidade e facilitando assim as atividades diárias da pessoa. De acordo com ela, para elaborar um tratamento fisioterapêutico adequado ao paciente é necessário conhecer as possíveis manifestações desencadeadas pelo processo da doença. “Os objetivos variam de um paciente para outro, estando de acordo com os sintomas específicos apresentados e ao estágio no qual se encontra a doença.”


Doenças degenerativas

No Brasil a Esclerose Múltipla (EM) acomete em média 35 mil brasileiros, em especial mulheres entre 20 e 40 anos. Porém, essa e outras doenças ligadas ao Sistema Nervoso Central, como Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, têm aparecido com mais freqüência na rotina das pessoas no mundo todo. Acredita-se que isso se deve ao aumento da longevidade, aos maus hábitos e estilo de vida da população.

 

Manifestações clínicas da EM

·      Dormências, espamos e tremores;
·      Comprometimento da memória;
·      Depressão;
·      Disartria (dificuldade de articular as palavras de maneira correta);
·      Paresia (Paralisia total ou parcial de uma parte do corpo);
·      Nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos);
·      Ataxia (falta de coordenação dos movimentos);
·      Distúrbios vesicais e intestinais (alteração no controle da bexiga e intestino);
·      Fadiga intensa;
·      Distúrbios visuais e até perda da visão em um ou ambos os olhos;
·      Estaticidade.



Por: Sávio Bastos